sexta-feira, 29 de junho de 2012

23 de Junho - Quebrantahuesos

O nosso amigo Ernesto participou na 22º edição da Quebrantahuesos.
Na partida em Sabiñánigo estavam preparados 9698 atletas para participarem na Quebrantahuesos com 202km e na Treparriscos com 82.7 km.
 
Ao fim de praticamente 6 horas de prova, começavam a chegar os primeiros atletas. Tinham passado por Marie Blanque e Portalet, ambos locais muito conhecidos do Tour de France.
Mas quem melhor para explicar a aventura que o Ernesto? Passo então a palavra ao aventureiro:

"Tudo começou na sexta feira às 5h da manhã,com o inicio da vaigem de 1.000kms até ao destino. Chegamos por volta das 18h para levantar dorsais. O ambiente é extraordinário, uma autentica cidade com tudo para acolher os ciclistas além de tendas de diversas marcas de equipamentos, acessórios, bicicletas e muita cerveja.
Chegados ao Hotel ainda fomos dar uma volta curta só para esticar as pernas. No dia seguinte a partida foi às 7.30h ( hora Espanhola ), nunca vi um ambiente assim. Cerca de 9.000 ciclistas e um misto de festa e nervosismo pelo que nos esperava nos 205kms de percurso. O inicio foi feito em Auto estrada cortada propositadamente para  a prova de forma a dispersar a malta toda. A primeira dificuldade surge perto do km 30, uma subida de 20kms até ao cimo do Puerto de Somport, não foi muito difícil porque estávamos frescos e a inclinação não é muito acentuada, é tipo Caramulo. Depois uma descida de 30kms fenomenal pela paisagem que só os Pirinéus nos conseguem dar. A seguir o mítico Col de Marie Blanc ( Contagem de 1ª no Tour de França) são 10kms em que nos últimos 4 a inclinação vai aos 12 e 13% só as centenas de pessoas que nos incentivam ao longo da estrada nos permitem chegar com boa cara. Chegamos ao topo com 110kms e mais uma descida belíssima mas mais curta. Por volta dos 120kms começa o que para mim é a parte mais espectacular do percurso: a subida do Puerto del Portalet. São 30 kms sempre a subir até aos 1.800mts de altitude, em cada km que fazia lembrava-me que naquele mesmo sitio passam os grandes nomes do ciclismo, é ali que aqueles que mais admiramos disputam e lutam de forma espectacular pela amarela. É uma subida de pura montanha com uma paisagem envolvente de cortar a respiração e sobretudo não consigo explicar a sensação de ouvir milhares de pessoas ao longo de estrada a incentivarem como se fossemos ciclistas. Chegados ao topo mais uma descida para encontrarmos a última grande dificuldade já com 175kms nas pernas, Hoz de Jaca. São apenas 3kms mas com inclinação superior a 10%. o Inferno para muita gente que não resiste a pôr o pé no chão. A partir dai é só gerir o esforço e gastar as últimas energias para completar a prova. Uma organização do melhor a todos os níveis, 130 médicos, 70 fisioterapeutas, 3 hospitais de campanha, 1 hospital móvel 12 ambulâncias, 40 carros de assistência mecânica, 45 motos,32 carrinhas, tudo o que quiséssemos nos reabastecimentos, muito bem sinalizado e à chegada bar aberto para todos os participantes, para além do lanche.
O que mais custou foi mesmo a viagem de regresso, mais 1.000kms  mas desta vez com um grande empeno nas pernas."

Agradecimentos ao Núcleo de Cicloturismo Roda Livre pelas fotos.

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