quarta-feira, 14 de novembro de 2012

17 de Agosto - 3º dia - Camiño de Santiago - Caminho Português da Costa

Apesar da noite ter sido longa e o descanso ter sido curto para alguns Peregrinos (a culpa é toda dos arraiais...quem manda os nossos "hermanos" fazerem festarolas que duram a noite toda?), começámos a pedalar bem cedo. Como os cafés ainda estavam fechados à hora que arrancámos, decidimos pedalar até ao pequeno café onde já havíamos parado no ano passado para tomar o pequeno-almoço:
Como as sandes eram de tamanho familiar, guardámos metade para uma futura paragem no reforço e lá seguimos viagem para um dos pontos mais bonitos deste dia de peregrinação...este é o troço que vai até à ponte de madeira onde é usual os Peregrinos assinarem.
 
 Quando chegámos a Padrón, achámos que já era altura de arranjar mais um "sello" para a Credencial.
Parámos na Cafetería Don Pepe II. O proprietário foi bastante simpático e insistiu em tirar uma fotografia para depois emoldurar. Segundo ele, tinha mais fotografias de portugueses na parede do café do que Lisboa tem de habitantes! Até deixámos uma pequena mensagem no livro de visitas.
De regresso ao caminho:
Estávamos quase em Santiago! Só mais 20km...
Mais uma pequena amostra da beleza do percurso...um zigue-zague por entre as casas antigas mas muito bem cuidadas:
 E como não podia deixar de ser no Camiño, passamos por mais uma igreja. Uma boa oportunidade para descansar...
 Talvez não se lembrem desta subida...nesta subida, no ano passado estava um pastor com as suas ovelhas...até aqui nada de estranho. O engraçado é que ele não ia a pé..ia de carro! Mas este ano não havia nem pastor, nem ovelhas...só mesmo a desgraçada da subida...
 Como já faltava pouco para Santiago, cada vez mais encontrávamos Peregrinos a pé:
 "Ah!!!!!Até que enfim chegámos à Praça do Obradoiro! Chegámos a Santiago!"

 

 Por esta hora, a fome já apertava...mas antes disso, decidimos dar um pequeno giro pelas redondezas  da Catedral, tirar fotografias, comprar lembranças para os amigos e família que estava em casa.
Ah, e não nos podíamos esquecer de ir até à Oficina do Peregrino para colocar o carimbo oficial da Catedral na Credencial e também para adquirir a Compostela! Este documento certifica que o Peregrino fez o Camiño de Santiago.
 Depois de tudo tratado e de todos termos a Compostela, a próxima aventura foi a de arranjar um restaurante para almoçar. Depois de andar bastante decidimo-nos num restaurante bastante pequeno mas com muito movimento.
Tudo estava bastante bom...menos o saleiro que o Paulo Neves utilizou para temperar a salada...deixou de ser sal na salada para ser salada no sal...
Lá foi preciso mais uma Estrella para compensar o sal...
Já depois de acabar o almoço e antes que a preguiça começasse a aparecer, fomos até às bikes para descobrir que a bike do Ernesto tinha um furo. Mas como perdia muito pouco ar, demos um pouco de ar na esperança da roda aguentar até ao fim do dia.
A questão é que ainda não sabíamos ao certo onde iríamos ficar esta noite. O plano estava alinhavado pois tinhamos conhecimento de que albergues existiam mas deixámos um pouco do plano ao desconhecido...também faz parte destas aventuras. A ideia era ir andando e estudando que passo tomar a seguir.
Despedimo-nos de Santiago
 e "bora para Finisterra". Na primeira indicação para o nosso objectivo:
Quando o cansaço aperta, nada melhor que seguir o exemplo do colega Peregrino:
Embora nos apetecesse parar à beira da estrada e descansar um pouco, ou quem sabe, até "passar pelas brasas", não havia muito tempo a perder. Ainda não era tarde e queríamos percorrer o máximo de quilómetros possível para amanhã chegar cedo a Fisterra.
"Ai que subida...já estou a perceber porque havia tantos bancos ao lado do caminho..."
O ditado popular diz que "não há mal que sempre dure,nem bem que nunca acabe."
É verdade mesmo! Depois daquela subida que sítio para visitar:
Perto desta passagem pelo rio, o Paulo Neves encontrou um carro igualzinho ao dele (na cor...):
"Olha, que obstáculo...não me avisaram que eram os 400km barreiras..."
Enquanto o João não se atrapalhou para passar a árvore, alguns de nós tentaram encontrar um caminho alternativo:
O Camiño desde Santiago de Compostela era muito muito diferente do que tínhamos feito desde o Porto. Durante os dois primeiros dias de viagem, o mar foi uma grande companhia. Agora eram os montes e o verde da Natureza que nos rodeavam:
"Ah...água!Água! Já estava a ficar com uma sede..."
"Fáxavôre! Para Finisterra? É por aqui?"
 A esta hora já começávamos a pensar em parar por hoje...depois de parar no Albergue Lua, voltamos a pedalar:
Eis-nos chegados a Vilacerio. O Albergue "O Rueiro" pareceu-nos muito bom e o dia já estava a acabar. Havia duas hipóteses...seguir caminho até ao próximo albergue ou localidade, ou ficar por aqui?

Depois de pesar os prós e os contras, deixámos as bikes descansar por hoje...e já prontos para a janta:
assistimos à hora de ponta...o trânsito estava a circular em marcha lenta...
mas nada que nos tirasse nem o apetite, nem a sede!
E quando pensávamos que o dia ia terminar calmamente...quem ia adivinhar que o Paulo ia ser atacado por um crocodilo...hmmm...lagarto?...hmmm, dragão?
Mas não se preocupem! Tudo acabou bem quando o dragão nos ouviu falar em português..."Epá, vocês são portugueses? Desculpem lá o mau jeito mas é preciso fazer pela vida, né verdade? Tive de emigrar e olhem o que um dragão tem de fazer para poder ter comida à mesa...Desculpem! Olhem, vamos até ao café beber uma Estrella que pago eu!"
E assim fizemos até à hora do Albergue fechar as portas. Hoje era noite de deitar cedo para cedo erguer...rumo ao Cabo Finisterra!

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